A propaganda de 1900 – 1949
Até o ano de 1900, as propagandas no Brasil baseavam-se em temas como compra e venda de móveis e até de escravos. Alguns nomes daqueles anos ainda nos são familiares, como os Pós da Pérsia, o Bálsamo Maravilhoso, Unguento Santo, o óleo de Fígado Bacalhau, o Licor de Alcatrão e a Magnésia Fluida. Textos, que eram feitos por poetas como Olavo Bilac, eram muito extensos, mas pouco a pouco foram sendo reduzidos e tornaram-se mais objetivos. Um outro hábito da época era a utilização de políticos em muitas propagandas. Desde o início do século, como atualmente, as últimas capas das revistas eram muito concorridas. O primeiro anúncio em um jornal foi publicado na Gazeta do Rio de Janeiro no ano de 1808, era sobre a venda de uma casa e o estilo de anunciar usado foi parecido dos que ecoam nos pregões, o de “quem quiser” e “quem quer comprar”, lembrando até os vendedores ambulantes dos nossos dias.
Hudson Motor foi uma marca e fabricante de automóveis de origem norte-americana que ficou ativa no mercado de 1909 até 1954 quando houve a fusão com a Nash Motors para a American Motors Corporation. Muitos modelos clássicos, inspirados nas linhas da Ford foram apresentados. Eis um anúncio de 1921 que apresentavam um modelo com "conforto, luxo, elegância, rapidez, economia e durabilidade".
Em 1913 ou 1914, nasce a primeira agencia de publicidade, na verdade não foi uma agencia desde o começo, era uma firma que evolui no sentido da publicidade e logo se transforma em agencia. Segundo Júlio Cosi, nos começos da Eclética “os jornais eram quase os mesmos de hoje, mas extremamente pobres em publicidade”.
Na época da Primeira Guerra Mundial havia cinco agencias funcionando em São Paulo: a Eclética, A Pettinati, a Edanée, a de Valentim Haris e a de Pedro Didier e Antônio Vaudagnoti. Folheando jornais de São Paulo e Rio de Janeiro nos anos de conflito europeu, não se notava grandes mudanças. Eram os mesmos anúncios de sempre que prevaleciam, na maioria das vezes de remédios, com algum avanço na visualização, mas sempre com o mesmo padrão de mensagem.
A Bayer foi a pioneira em fazer sucessivas campanhas, todas compostas de muitas peças. Anúncios com tátulos imaginosos, de sabor institucional, ou de um paralelismo ingênuo, ou ainda fortemente agressivos. Foram feitos para diferentes produtos séries e mais séries de anúncios. Na medida em que eram lançados novos produtos, a propaganda da empresa mais e mais se avolumava. Sempre interessante sempre indicativa dos vários estágios pelos quais foi passando a publicidade. Não há registro de quem a fazia. Mas pode-se supor um cliente com departamento organizado, atuante, que mobilizava os recursos da época: desenhista, redator, tipógrafo, agente.
Na década de 1920, vários temas foram abordados, em 22, propagandas sobre sabonete mostravam com nitidez a preocupação com a beleza e a estética. Em 1926 fica mais explícito esse lado de preocupação com a estética com os primeiros anúncios sobre moda. Neste mesmo ano, pode-se perceber a presença cada vez mais acentuada das empresas norte-americanas. Com a vinda das marcas, também chegavam ao país a técnica norte-americana de propaganda comercial, neste ano a GM tem seu próprio departamento de propaganda com funcionários. Ao longo do tempo essa pequena oficina de publicidade da GM soube compreender as necessidades crescentes, procurou aparelhar-se, aumentar em eficiência e perfeição. Investiu, foi ajudada. A atual gráfica Lanzara.

Na década de 40 as atividades publicitárias foram as mais turbulentas, problemas surgiram, o decréscimo violento no movimento de anúncios, segundo Armando Almeida o período de 1941 a 1945, foram anos de guerra também para a propaganda, guerra das trocas comerciais. Já o período de 1945 á 1950, o país procurando corrigir as falhas no desenvolvimento econômico e social pós-guerra.
Esse crescimento espantoso fez o mercado publicitário e seus profissionais tivessem necessidades de organização, disciplina e conceitos. Nasciam em 1949 os convênios entre agências de propaganda, juntamente com a Associação Brasileira de Propaganda (ABA) e o Conselho Nacional de Imprensa (CNI) tempos mais tarde surgia a Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap).


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